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EndocarditeRecentemente, o ator Luis Gustavo, o eterno Vavá do Programa de Humor da Rede Globo, Sai de Baixo, ficou internado na UTI por mais de um mês por causa de uma infecção cardíaca. O ator deu entrada no hospital com uma bactéria altamente letal, que se instalou no coração por causa de uma endocardite.
O coração humano é constituído de quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos). Os átrios são responsáveis por mandar sangue que vem dos pulmões, ou do restante do corpo, para os ventrículos, enquanto os ventrículos mandam o sangue para os pulmões ou para o restante do corpo. Na passagem dos átrios para os ventrículos, existem válvulas que impedem a volta de sangue, mantendo o fluxo sempre em uma direção. São estas válvulas que podem ser infectadas pelas bactérias ou outros microrganismos, como fungos e vírus e causar a endocardite.
Para que ocorra a doença, algumas condições cardíacas preexistentes são comumente descritas como, por exemplo, shunt arterio-venosos (desvio patológico de sangue arterial para o território venoso, como nas comunicações interatriais ou interventriculares), próteses cardíacas, cabos de marcapasso, ou ainda coarctação da aorta. A lesão característica da endocardite é a vegetação, um aglomerado de fibrina, plaquetas, leucócitos, hemácias e tecido infectado com o agente etiológico, aderido em qualquer sítio do endocárdio,frequentemente nas valvas cardíacas nativas ou nas próteses que as substituíram.”
O endocárdio é a parte mais interna do coração que está em contato direto com o sangue. Os principais constituintes do endocárdio são as válvulas cardíacas, e qualquer material estranho que possa entrar em contato com o coração como, por exemplo, cateter para quimioterapia ou para medicamentos injetáveis, entre outras, pode favorecer a endocardite. Apesar da importância das condições cardíacas preexistentes, a endocardite pode acontecer em pacientes sem história clínica prévia em até 20% dos casos.
O grande número de bactérias patogênicas na cavidade oral eleva o risco destas caírem na corrente sanguínea quando há algum sangramento, provenientes de doenças inflamatórias orais, como gengivite e periodontite ou de procedimentos odontológicos.
A bactéria causadora da endocardite fica localizada na orofaringe, logo, a higiene bucal e a prevenção de infecções bucais evitam o aparecimento da doença. No grupo que tem a predisposição conhecida, o uso de antibiótico profilático nos procedimento dentários ou outras cirurgias infectadas é uma forma conhecida de prevenção. A endocardite é uma doença muito grave com grande chance de evoluir para morte ou complicações.
Existem dois tipos de endocardite infecciosa: as agudas e mais graves causadas pela bactéria Staphylococcus aureus e as subagudas causadas pela família das bactérias Streptococus e Enterococos, que apresentam quadros mais lentos em sua progressão e têm taxa de mortalidade menor.
A manutenção de condições de saúde adequadas, incluindo a oral, é a melhor prevenção para os indivíduos com fatores de risco. Os cuidados de prevenção e higiene oral podem evitar muitos casos de endocardite. Os profissionais da área de Odontologia devem estar atentos quanto aos seus pacientes de risco, pois a endocardite infecciosa apresenta alta mortalidade (em torno de 25%) e um significativo número de pacientes necessitará de intervenções cardíacas de alta complexidade devido a expressiva taxa de complicações ( em torno de 35%).
A prevenção é feita através de antibióticos em caráter profilático, antes de intervenções que possam predispor as bacteremias, somente nos casos de pacientes do grupo de risco. “Segundo a American Heart Association, em geral, indica-se 2g de amoxicilina ou 500mg de azitromicina, ou ainda 600 mg de clindamicina para pacientes alérgicos a penicilina, uma hora antes de procedimentos dentários ou do trato respiratório.”
Diagnostico e tratamento
O diagnóstico da endocardite infecciosa é um pouco difícil de ser feito somente no aspecto clínico; os sinais da doença são similares aos sintomas comuns e às infecções de caráter sistêmico como presença de febre, astenia, anorexia, taquicardia e, em casos avançados, presença de alterações no nível do baço e do fígado, e emagrecimento.
Porém, existem sinais e sintomas clássicos da doença como manifestações decorrente do sistema imunológico e antigênicos como petéquias nas mucosas e extremidades, hemorragia subungueal (embaixo das unhas), e nódulos de Osler que são pequenas formações de nódulos muito doloridos na polpa e na face lateral dos dedos.” Há a presença das manchas de Janeway que são pequenas máculas com aspecto hemorrágico nas palmas das mãos e plantas dos pés e, por ultimo, manchas de Roth, que são hemorragias retinianas e subungueais.
Em resumo, para o diagnóstico final da endocardite deverá ser levado em consideração o critério patológico, ou seja, o microrganismo demonstrado por culturas no sangue ou histologia nas vegetações presentes nas valvas cardíacas ou do abscesso intracardíaco, e os critérios clínicos, como a quantidade de sinais e sintomas que o paciente apresenta. Tudo isso associado às possíveis alterações encontradas no ecocardiograma.
O tratamento, os pacientes devem ser internados, o agente etiológico identificado através de hemocultura e tratado com antibioticoterapia especifica. “ O procedimento cirúrgico deve ser realizado nos casos complicados que evoluem com insuficiência cardíaca refratária, acometimento perivalvar com a com a presença de abscesso, sepsis (apesar da antibioticoterapia específica), insuficiência renal, embolias sépticas sistêmicas e, em alguns casos, com prótese valvar.

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